Porquê "Redes ao quadrado"?

A forma física da rede da baliza e a posição de Guarda-Redes, onde tudo o que acontece é elevado ao quadrado... Os sucessos e os fracassos! As alegrias e as frustrações! O esforço e a dedicação! A entrega e a paixão!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O «Buffon pequenino» de Guimarães que pega no megafone e canta com adeptos

João Miguel Macedo Silva é, aos 20 anos, dono da baliza do Vitória e no próximo sábado será ele o último defensor da muralha de Guimarães, no duelo contra o bicampeão nacional Benfica. Na antecâmara do duelo, o zerozero.pt foi conhecer melhor a história do «Buffon pequenino», como é carinhosamente conhecido na Vila de Ponte (concelho de Guimarães), onde cedo percebeu que queria fazer vida entre os postes da baliza. Esta é a história do guarda-redes que tem embalado no berço para a ribalta do futebol.

"O Miguel não vai mudar e será sempre uma caixinha de surpresas"

«Eu não gosto de dar entrevistas. O mérito é todo do Miguel. Ele merece o que está a viver», começou por nos dizer, Virgínia Encarnação, vice-presidente do Ponte, ela que conhece Miguel Silva desde pequeno e sempre acompanhou a evolução do «menino», como ainda lhe chama.

«É humilde, trabalhador e está preparado. Nunca se deixa influenciar e é um miúdo muito simples. Para vocês terem uma noção, quando vem ver os nossos jogos, fica na bancada mas se me vir vai logo ter comigo. É uma criança grande. É muito responsável», esclareceu Virgínia Encarnação.

Fã de Buffon e Vitória até morrer

João Miguel Silva já cantou durante um jogo acompanhando o ritmo da claque, já pegou no megafone dos adeptos quando terminou um jogo. Não sendo caso único, é pouco comum ver um guarda-redes num patamar elevado do futebol português, com esta idade, a fazer o que ele faz. Diz quem o conhece que «é assim» e «sempre foi assim». «O Miguel não vai mudar e será sempre uma caixinha de surpresas», revelou-nos, destacando que o «futebol é isto, é alegria».

Aos 20 anos, João Miguel Silva defende as redes de um clube com tradição e estatuto na Liga portuguesa. Usa o número 56 nas costas e leva o símbolo do rei no peito. Antes, no Ponte, era somente «Gian Miguel». A razão é simples. «Ele sempre foi fã do Buffon. Então, a primeira camisola dele aqui no Ponte dizia apenas Gian Miguel», recordou-nos Virgínia Encarnação, que gosta de ver miúdos como João Miguel Silva triunfar no mundo do futebol.

«Este é o triunfo do futebol das crianças, que se apaixonam pela bola e têm alegria no jogo. É este o futebol que todos gostamos e que nos dá orgulho», finalizou sobre o guarda-redes que na época 2007/08 foi sinalizado para fazer treinos de captação no Vitória. Acabaria por não ficar no emblema vimaranense. Regressou ao Ponte, rumando depois ao Vizela.

Acabaria por regressar ao Vitória de Guimarães na sequência de uma grave lesão de Miguel Palha, que obrigou a estrutura vitoriana a contratar um guarda-redes para a sua equipa secundária. O resto da história é por todos conhecida. Sérgio Conceição apostou nele e João Miguel Silva vai cumprindo aquilo que os adeptos (como ele) cantam: "Eu só quero é ser feliz na cidade onde eu nasci e poder me orgulhaaaaar que o Vitória é grande e Guimarães é o meu lugaaarrr".

Fonte: zerozero.pt

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