Como é natural para qualquer treinador, o processo de treino é e será sempre alvo de avaliação dos seus atletas. É no treino que o treinador tem a oportunidade de agrupar e recolher informações sobre o desempenho do atleta que possam, posteriormente, ser refletidas em competição.
Por isso, e também porque é o treinador que tem de tomar as decisões, o atleta está em constante avaliação e controlo durante todas as unidades de treino em que participa, podendo estar a ser avaliado por métodos mais ou menos objetivos, fiáveis e válidos. Se tal acontece, o processo de treino só tem a beneficiar com os novos equipamentos e tecnologias, tal como com os diversos protocolos de avaliação de diversas capacidades que estão ao dispor dos treinadores.
Se for desenvolvido um bom trabalho ao nível do controlo e avaliação de treino, o treinador ficará realmente a conhecer como funciona o organismo do seu atleta nas diversas situações em que está exposto, o que vai trazer, certamente, um melhor rendimento do atleta, depois de avaliados os dados e ajustado o treino consoante as necessidades do jogador.
São diversos os fatores que podem ser controlados e classificados como influenciadores do rendimento, mas no caso do guarda-redes de futebol, aqueles que considero mais capazes de influenciar a performance do atleta são os fatores biomecânicos, bioenergéticos, psicológicos e técnico-táticos. As características e a especificidade da posição ocupada em campo fazem do guarda-redes, um dos atletas mais completos dentro de uma equipa… Têm que dominar por completo os aspetos técnicos e táticos exigidos para o seu papel em jogo, têm de ser rápidos, muito fortes física e psicologicamente!
Relativamente aos aspetos biomecânicos, considero a força e a velocidade como os de maior importância, sendo que a força explosiva, a velocidade de reação e a velocidade de execução assumem maior protagonismo nas ações que são solicitadas a um guarda-redes.
Quanto aos fatores bioenergéticos, considero que o treino específico de guarda-redes se deve focar em exercícios que solicitem o metabolismo anaeróbio (produção de energia sem utilização de oxigénio) e, consequentemente, as fibras musculares tipo II (fibras rápidas), já que a grande parte das ações que se verificam em competição são caracterizadas por movimentos explosivos e de curta duração.
Os fatores psicológicos também são muito capazes de influenciar os guarda-redes de futebol, visto que a posição ocupada no terreno de jogo traz ao atleta críticas e pressões que não estão sujeitas a outros jogadores. Desta forma, a performance do guarda-redes está diretamente relacionada com determinados requisitos psicológicos, como por exemplo, a capacidade volitiva, capacidade de atenção e concentração, dedicação, humildade e perseverança.
E como não podia deixar de ser, os aspetos técnico-táticos são também fundamentais para o rendimento do atleta, pois, tal como qualquer atleta que queira obter um bom rendimento, a técnica e a tática tem de estar totalmente dominada.
A meu ver, se estas variáveis forem controladas e avaliadas ao longo do tempo, a qualidade do processo de treino do guarda-redes apresentará visíveis melhorias. Contudo, nem sempre é fácil suportar alguns custos de equipamentos necessários para as avaliações, mas cabe ao treinador e à sua equipa técnica determinar quais as variáveis que merecem realmente ser tidas em conta, dependendo do nível, ambiente e contexto da equipa e do clube.
E… FAZER DE TUDO PARA POTENCIAR OS SEUS JOGADORES E A SUA EQUIPA!
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