O "Redes ao Quadrado" entrevistou o guarda-redes do CD Nacional, Rui Silva. O guardião internacional português esteve presente nesta época em vários jogos da Primeira Liga Portuguesa, enfrentado adversários como o FC Porto, SL Benfica e SC Braga.
Rui Silva chegou ao CD Nacional na época 2012/2013, provindo do Maia Lidador e fez a sua estreia na Primeira Liga na época 2013/2014 contra o Gil Vicente. Na época 2014/2015 participou num total de 11 jogos, 9 deles na Liga e 2 na Taça da Liga.
Aqui se segue a entrevista ao jovem e promissor guarda-redes de 21 anos:
Rui Costa (RC): Começaste a jogar com quantos anos e o que te fez ir para a baliza?
Rui Silva (RS): Comecei a jogar com 9 anos e no início, o que me fez ir para a baliza foi através da iniciativa de um treinador meu, no clube de Futsal onde jogava, nos Restauradores. Depois comecei a gostar e tirei frutos disso!
RC: Qual o clube que mais te marcou? Porquê?
RS: Também não foram muitos, mas o clube que mais me marcou foi o Maia porque foi onde comecei a dar os passos mais alargados, a saber o que é jogar futebol de 11, a dar mais valor ao futebol e a perceber aquilo que eu queria para o meu futuro.
RC: Tens ou já tiveste algum ídolo?
RS: Eu baseei-me muito no Vítor Baía, posso dizer que foi um ídolo para mim. Neste momento posso dizer que me identifico mais com o Rui Patrício, mas não é tanto um ídolo...
RC: Como viveste a estreia na 1.ª Liga Portuguesa?
RS: A minha estreia na Primeira Liga foi contra o Gil Vicente, perdemos 1-0 mas foi um jogo complicado porque eu estava ansioso, mesmo sabendo que já tínhamos garantido a Liga Europa mas senti aquela pressão de jogar na Primeira Liga, algo que não é fácil por ser um nível já de excelência.
RC: Que estratégias utilizaste para lidar com a pressão nos momentos iniciais da tua carreira desportiva profissional?
RS: Sei que muitas das vezes não é fácil conseguirmos estar concentrados durante os 90 minutos mas tento-me abstrair, concentrar-me ao máximo no jogo e não olhar o que está à volta.
RC: E antes do jogo?
RS: Antes do jogo ouço a minha música, penso em tudo aquilo de bom que fiz até ao momento e que se errar não posso baixar a cabeça e tenho que seguir em frente.
RC: Para ti, qual é o avançado mais temível da Liga Portuguesa?
RS: Neste momento o avançado mais temível é o Jackson Martínez. É um jogador fora de série, tive o privilégio de jogar contra ele e é complicado, é um jogador muito forte fisicamente, tecnicamente e para mim é o melhor avançado.
RC: Que competências achas essenciais para um guarda-redes de sucesso?
RS: Hoje em dia os guarda-redes têm que ser completos. Para jogares ao mais alto nível tens que saber jogar bem com os pés... Antes de mais, tens que ser muito forte psicologicamente porque lidar com a pressão não é nada fácil e depois disso a qualidade técnica também faz toda a diferença, tens que ser bom entre postes, bom no jogo aéreo e hoje em dia a maioria dos guarda-redes de alto nível são todos completos.
RC: Quais os teus pontos fortes e menos fortes?
RS: Os meus pontos fortes... Tenho boa qualidade a jogar com os pés e a nível de jogo aéreo também penso que sou bom! Mas como todos, também tenho os meus pontos fracos e o um contra um, neste momento, é aquilo em que não sou tão bom mas espero conseguir sê-lo no futuro.
RC: Que objetivos pretendes atingir a nível profissional?
RS: Todos nós traçamos objetivos e queremos sempre algo mais! Chegar ao Maia foi já um grande objetivo que era jogar futebol de 11. Depois disso, o meu objetivo era subir e consegui chegar ao Nacional, foi muito importante, e agora quero trabalhar bem para no futuro puder jogar num clube de maior dimensão. Os nossos objetivos têm de ser sempre pensar mais, mais e mais... A nível de seleção, pretendo chegar à seleção A, é o sonho de qualquer um! Não é fácil lá chegar mas com trabalho vamos lá ver o que é que se vai suceder.
RC: Que conselhos darias aos jovens guarda-redes?
RS: Conselhos? Nem sei se aconselhava ser guarda-redes (risos)! Ser guarda-redes é muito diferente. Não é fácil porque somos o último a ser batido e muitas das vezes podemos estar a fazer um grande jogo mas se cometemos um erro no último minuto deitamos tudo a perder. Mas os conselhos que eu dou é para seguirem os vossos sonhos, trabalhem ao máximo e com muito querer vão conseguir chegar ao sucesso, aliado à qualidade de cada um.
Um muito obrigado ao Rui Silva e uma excelente continuação de carreira!
"Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da grandeza"