A marcação de grandes penalidades no futebol é considerada uma das partes mais excitantes do jogo e apesar de vários jogadores e treinadores encararem os penaltis como uma questão de sorte, os cientistas do desporto têm o dever de provar e passar a ideia aos intervenientes de que a marcação do penalti vai muito além da sorte e que é muito afetada pela componente psicológica. Assim, o treino psicológico nunca deve ser colocado de parte, considerando também o treino técnico crucial para o sucesso da tarefa.
Muitas dúvidas surgem quando se comenta a intervenção dos guarda-redes na altura dos penaltis... Uns afirmam que o guarda-redes deve antecipar a resposta do adversário, ou seja, prever e adivinhar para que lado vai o jogador rematar e decidir frações de segundo antes do remate. Outros afirmam que o guarda-redes terá mais hipóteses de defender o penalti se aguardar pela decisão do jogador que remata e só depois se lançar para o lado da bola.
José Neto, professor doutor no Instituto Universitário da Maia e antigo colaborador do FC Porto, tem uma teoria sobre o penalti e afirma que a vantagem está claramente do lado de quem marca. Na marcação de uma grande penalidade "a bola pode atingir uma velocidade de 20.88 a 27.77 metros por segundo, ou seja, cerca de 120 km/hora. Sendo assim, a bola leva 400 a 600 milissegundos a chegar à baliza. Ora, a velocidade de deslocamento de um guarda-redes, a uma média de 4 metros por segundo, faz com que demore cerca de 900 milissegundos para alcançar um dos postes. O guarda-redes precisava de ter uma velocidade de 7.7 metros por segundo para impedir que a bola ultrapasse essa distância entre ele e o poste."
Assim, como deve então decidir o guarda-redes? "O guarda-redes tem sempre de se antecipar ao movimento da bola!" Por todos estes motivos, o professor José Neto discorda da teoria da lotaria dos penaltis. "Não é lotaria, é competência para a execução de uma tarefa, pois a sorte mede-se pela oportunidade que surge e pela competência em a resolver."
Em 2006, nos Quartos-Final do Campeonato do Mundo, a seleção nacional portuguesa venceu a Inglaterra nas decisão das grandes penalidades, sendo Ricardo (guarda-redes de Portugal) o herói da partida, ao conseguir deter 3 penaltis ingleses, de Frank Lampard, Steven Gerrard e Jamie Carragher. A imagem abaixo ilustra a teoria de José Neto, visto que é possível comprovar que o guardião português tomou a sua decisão curtos momentos antes do remate de cada jogador da seleção inglesa.
O fator competência será sempre o mais evidente, embora deve-mos ter em conta o estado de espírito do momento de cada um deles, há momentos em que para quem marca a baliza lhe parece muito pequena e quem defende lhe parece muito grande. Ambos se treinam para ter sucesso nesta ocasião, mas quem bate o penalty leva sempre alguma vantagem. Forte abraço
ResponderEliminarObrigado pelo interesse demonstrado e por partilhar a sua opinião. Cumprimentos!
EliminarBoas!
ResponderEliminarEu tenho uma matéria escrita da minha autoria no meu Livro "Ser Guarda Redes".
Após ver muitos jogos ao vivo e na Televisão, cheguei à conclusão que está bem expressa no meu Livro!!!
Obrigado pelo seu comentário! Ainda não tive a oportunidade de ler o seu livro mas certamente que o irei o fazer. Acredito que isso me traga novos conhecimentos e que me faça evoluir na área do treino de guarda-redes. Melhores cumprimentos!!
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