Porquê "Redes ao quadrado"?

A forma física da rede da baliza e a posição de Guarda-Redes, onde tudo o que acontece é elevado ao quadrado... Os sucessos e os fracassos! As alegrias e as frustrações! O esforço e a dedicação! A entrega e a paixão!

quarta-feira, 11 de março de 2015

O Treinador nos escalões de formação


Quem trabalha com jovens nunca se deve esquecer que eles estão a passar por um processo de constante desenvolvimento e maturação, tanto física como mental, o que faz com que atravessem um período de formação pessoal e desportiva. Assim, o treinador de crianças e jovens não tem e não deve imitar o treinador de atletas seniores, assumindo comportamentos próprios e profissionais para a idade dos seus atletas.
O treinador tem que compreender que cada atleta tem o seu próprio ritmo de progressão, pelo que se torna fulcral o entendimento do que está a viver cada um deles e do que cada um precisa, completando a ideia de que é o treinador que tem a obrigação de se adaptar aos seus atletas e não ao contrário.

De acordo com Buceta (2001) a atitude construtiva dos treinadores de jovens deve reflectir-se em aspectos como os seguintes:
  • Criar um clima de trabalho agradável, em que predominem os desafios atractivos e realizáveis e os comentários positivos; 
  • Admitir que os praticantes não são perfeitos e que, portanto, cometem erros, erros esses que fazem parte do seu processo formativo; 
  • Assumir que não basta uma ou algumas explicações para que os atletas passem a fazer o que se pretende (as demonstrações são fundamentais), para além disso, é necessário um período de treino por vezes alargado para que os atletas assimilem a informação que recebem; 
  • Compreender que cada atleta tem o seu próprio ritmo de aprendizagem e respeitar esse ritmo, ajudando-os a todos, sem menosprezar os que aprendem mais devagar ou com maior dificuldade; 
  • Ter sempre uma perspectiva realista do que se pode e deve exigir aos atletas (não pedir mais do que eles podem fazer); 
  • Dar valor e assinalar o esforço feito pelos atletas, mais do que os resultados que conseguiram obter; 
  • Concentrar-se nos progressos dos atletas mais do que nos defeitos que ainda possuem e destacar sempre essa melhoria, em vez de recriminar os pontos fracos; 
  • Ter paciência quando as coisas não forem realizadas como se esperava e dar ânimo aos atletas para tentarem de novo; 
  • Analisar objectivamente os erros dos atletas e as situações difíceis do processo de treino, sempre com o objectivo de alcançar conclusões produtivas; os erros e as situações difíceis são excelentes oportunidades para saber como estão as coisas, que aspectos se devem trabalhar mais ou que pormenores devem ser alterados; 
  • Aconteça o que acontecer, tratar sempre os atletas com respeito e carinho.

Contudo, o treinador deve também estar consciente de que a maioria dos atletas jovens que treina hoje não serão atletas de top amanhã, o que faz com que seja bastante importante a utilização da prática desportiva também como meio de socialização e formador de Homens. O potencial a longo prazo de cada atleta não consegue ser avaliado com 100% de certezas nos escalões iniciais de formação e o treinador deve acreditar nesse facto, possibilitando e oferecendo as mesmas oportunidades, aos que no momento, são menos aptos. Só deste modo será dada uma justa formação a todos os seus atletas, através da criação e exploração das mesmas situações de aprendizagem, das mesmas experiências, sucessos e insucessos vividos.

É certo que se o treinador aplicar este método na sua equipa, os resultados atuais poderão não ser os mais favoráveis, mas certamente que os resultados futuros serão mais sorridentes, para si, para os atletas e para a instituição!

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