Porquê "Redes ao quadrado"?

A forma física da rede da baliza e a posição de Guarda-Redes, onde tudo o que acontece é elevado ao quadrado... Os sucessos e os fracassos! As alegrias e as frustrações! O esforço e a dedicação! A entrega e a paixão!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Adultos à força: quem quer dar a baliza a um adolescente?

Toulouse lançou jovem de 16 anos no último jogo, depois de Donnarumma se ter destacado no AC Milan. Vítor Baía acredita que tendência é para casos destes aumentarem e acha que Portugal entrará na onda.

Chama-se Alban Lafont, tem cara de miúdo, mas de balizas percebe ele. O Toulouse fez história este sábado na Liga francesa ao entregar a baliza a um jovem de 16 anos, imitando o que o AC Milan fizera recentemente com Gianluigi Donnarumma. Numa posição em que, por ser tão específica, a tendência é para apostar na experiência, estes casos não podem ser ignorados.


Até porque, diz-nos a história, vários dos melhores guarda-redes de sempre afirmaram-se numa equipa sénior ainda em idade precoce. Buffon, Casillas ou Neuer, por exemplo, apenas para citar alguns dos mais mediáticos da atualidade. 

É impossível prever o futuro de Lafont ou Donnarumma, mas o primeiro passo está dado. E, muitas vezes, por ser o mais difícil, é também o mais importante. 

No caso de Lafont, ao ser titular frente ao Nice, tornou-se o mais jovem guarda-redes da história da Liga francesa, com 16 anos e dois meses. A anterior marca pertencia a Mickael Landreau que, aos 17 anos e cinco meses, foi titular num Nantes-Bastia.

(...)

A propósito destes casos, o Maisfutebol conversou com Vítor Baía. Também ele um talento precoce das balizas e, agora, coordenador do «Projeto 1», uma ideia da Federação Portuguesa de Futebol para formar os guarda-redes do futuro. 

Baía vê com bons olhos estas apostas precoces, pois não tem dúvidas: «Antes dos 20 anos, um guarda-redes já está preparado para assumir uma baliza.» 

«A tendência é para cada vez mais jovens aparecerem mais cedo. Tem a ver com a qualidade do treino e a evolução das Ligas. Ficam mais cedo preparados para defender as suas equipas e trazem conceitos novos», explica. 

Não será do nada porque o futebol é um mundo em que nada é oferecido. «É preciso haver uma conjugação de fatores, entre os quais a sorte, para que haja uma aposta efetiva. Acontece com quase todos os jovens no início de carreira. Depois é preciso agarrar essa oportunidade», descreve.

(...)

«Não pode pensar que pode correr mal. Quando há uma aposta é porque as pessoas acreditam no valor da pessoa. É um risco calculado. Não vale a pena apostar se vai estar com medo de poder prejudicar a progressão de um jovem», alerta.

Nesse âmbito, acredita que ainda há trabalho a ser feito em Portugal, nomeadamente. Na Liga portuguesa predominam guardiões estrangeiros e experientes. «É uma mentalidade que é preciso mudar. Esse paradigma tem de ser alterado e a verdade é que há equipas a trabalhar muito bem. Acredito que em cinco, seis anos a tendência será completamente invertida», projeta. 

E explica porquê: «O mais importante é porque sei que há qualidade. Depois tem a ver com a evolução do treino e a evolução do trabalho dos treinadores de guarda-redes. É esse, também o objetivo da Federação com este projeto.» 

Em setembro deste ano foi dado o primeiro passo. A convocatória da seleção sub-16 integrou o dobro do habitual número de guarda-redes. Seis em vez de três. «Queremos que seja uma prática comum nas seleções nacionais, por causa da partilha de metodologia. É um trabalho que estamos a levar, também, às Associações. Queremos passar a ideia que vale a pena apostar nos jovens. Este é o caminho», encerra.

(...)

Lançar guarda-redes em idades madrugadoras pode ser um risco, mas também é certo que, se olharmos para grande parte das referências na posição nos últimos anos, no futebol europeu, quase todos começaram a construir o currículo bem cedo. 

Veja-se Gianluigi Buffon. Unanimemente considerado um dos melhores guarda-redes italianos de sempre, começou a jogar no Parma de Nevio Scala com 17 anos. Foi num duelo com o Milan de Roberto Baggio e Weah. E manteve a baliza inviolável. 


Iker Casillas, que agora defende as redes do FC Porto, também assumiu a baliza do Real Madrid com 18 anos, aproveitando uma lesão de Bodo Illgner. Olhando para os donos da baliza dos outros grandes de Portugal, vemos situação idêntica. Júlio César fez o primeiro jogo pelos seniores do Flamengo com 18 anos, embora só tenha agarrado o lugar aos 21. Rui Patrício foi aposta de Paulo Bento no Sporting com 18 anos. Um ano depois relegou Tiago para o banco. 

Lá por fora há ainda Manuel Neuer, que para muitos é, hoje, o melhor do mundo, e começou a jogar no Schalke 04 aos 20 anos, por aposta de Mirko Slomka. Petr Cech tinha a mesma idade quando assinou pelo Rennes, de França, depois de ser lançado aos 18 anos no Chmel Blsany, da República Checa. Thibout Courtois fez ainda melhor: estreou-se no Genk com 16 anos e explodiu com 18. Aos 19 já estava no Atlético Madrid. E por falar nos «colchoneros», também pode ser lembrado o caso de David de Gea, que se estreou num jogo da Liga dos Campeões, no Dragão, com apenas 19 anos. Na altura, entrou para o lugar do lesionado…Roberto (esse mesmo). 

Por fim, dois exemplos de guardiões que já deixaram os relvados mas foram referências incontornáveis ainda neste século. Oliver Kahn sobreviveu a uma goleada de 4-0 na estreia pelo Karlsruher, porque Winfried Schafer não desistiu dele: aos 21 agarrou o lugar, aproveitando uma lesão de Alexander Formulla. O holandês Edwin Van der Sar começou a jogar no Ajax com 20 anos, pelo mão de Leo Bennhakker. Também aproveitando o azar alheio, no caso de Stanley Menzo.

Leia aqui o artigo completo
Fonte: MaisFutebol

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Salário de Donnarumma sobe para um milhão de euros anuais

O jovem guarda-redes Gianluigi Donnarumma, do Milan, está a protagonizar uma ascensão meteórica na carreira. Depois de assegurar a titularidade na baliza rossonera, terá a folha salarial revista.

O clube milanês vai aumentar substancialmente o ordenado de Donnarumma, que passará a auferir um milhão de euros anuais, contrastando com os 160 mil euros que recebe atualmente.

Este aumento prevê também um prolongamento da ligação do guardião de 16 anos ao Milan. O novo dono das redes de San Siro vai assinar até 2019, visto que os menores de idade estão restringidos a contratos de três anos.

Donnarumma leva quatro jogos com a camisola do Milan, esta época, ultrapassando Diego López e Abbiati na hierarquia de guarda-redes do clube.

Fonte: A Bola online

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Guarda-Redes: O Monstro da Psicologia

Um jogador de futebol não é feito apenas de técnica e tática! Por diversas vezes, o poder psicológico torna-se muito mais importante que os aspetos técnicos ou táticos exigidos pelo treino e pelo jogo. Será, talvez, na posição de guarda-redes que essa característica psicológica mais se acentua, pelo facto de o guarda-redes estar sujeito a pressões e tomadas de decisão distintas dos restantes jogadores.

Deste forma, a performance do guarda-redes está diretamente relacionada com determinados requisitos psicológicos, como por exemplo a capacidade volitiva (tomada de decisão, disponibilidade para o esforço, preserverança); capacidade de atenção (concentração, intensidade); função cognitiva (capacidade percetiva, capacidade de raciocínio, capacidade de imaginação e memória) e capacidade psicossocial (capacidade de cooperação). Como a nossa capacidade de captar muita informação é limitada, devemos concentrar na informação mais relevante, o que nos leva a destacar a concentração como uma capacidade com elevada importância na performance desportiva e em particular, dos guarda-redes. Um guarda-redes mais concentrado será um guarda-redes com melhores condições para ler e antecipar o estímulo do adversário e, também, dos seus companheiros de equipa, o que levará, certamente a uma melhoria no seu rendimento.

Para Voser et al. (2006), o guarda-redes deve ter uma grande capacidade de concentração estando a todo o momento focalizado nas situações de jogo, deve ser corajoso para enfrentar qualquer dificuldade que surja no jogo, deve ser um líder, demonstrando-o na capacidade de comandar os colegas e de se assumir como o organizador da defesa, deve demonstrar tranquilidade nas suas acções transmitido desta forma confiança para os restantes colegas e deve ter iniciativa não esperando pelas acções do adversário, mas antecipando aquilo que estes irão fazer. O mesmo autor refere também que para se tornar um bom guarda-redes, além de qualidades físicas, técnicas, e psicológicas excepcionais e de muito treino, deverá ter como características intrínsecas: dedicação, humildade, vontade de aprender, personalidade, perseverança e muitos outros adjectivos que se preconizam no atleta que decide ser guarda-redes.

Torna-se assim fundamental que no processo de treino sejam fornecidos estímulos positivos, feedbacks e abordagens cognitivas que reforcem e estimulem a busca pelos objetivos para que a motivação e a concentração nas tarefas seja maior.

Serpa (2006) refere que as intervenções psicológicas no desporto visam contribuir para o desenvolvimento de capacidades e estratégias psicológicas que ajudem o atleta a aproximar-se do potencial numa lógica de treino em que se integrem todas as dimensões do desempenho.

Posto isto, é crucial o papel do treinador de guarda-redes na moldagem destas características psicologicas que cada vez mais surgem como fundamentais no desempenho dos guarda-redes, tanto em situação de treino como de jogo!

MUITA FORÇA (NA MENTE E NO CORPO) E MUITAS DEFESAS!

sábado, 14 de novembro de 2015

Casillas: 100 jogos sem sofrer golos na seleção

1.º GUARDA-REDES A CONSEGUIR TAL FEITO

Iker Casillas tornou-se no primeiro guarda-redes a atingir os 100 encontros sem sofrer golos pela seleção espanhola, nos 165 que já leva.

«É muito bom para qualquer guarda-redes, mas sobretudo para a equipa», disse o guardião espanhol do FC Porto, no final do jogo.

Ao ser titular pela Roja, Casillas igualou Astafjevs como jogador europeu com mais internacionalizações, como aqui lhe demos conta e pode recordar.

Casillas estreou-se pela Espanha em junho de 2000, num duelo frente aos suecos, que os espanhóis empataram. Guardiola marcou o golo de Nuestros Hermanos.

Fonte: zerozero.pt

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Keylor Navas bate recorde com 113 anos

O guarda-redes do Real Madrid entrou, esta terça-feira, para a história do clube e da Liga dos Campeões, alcançando recordes de imbatibilidade ímpares.

O jogo contra o Paris SG, em casa, ditou um número histórico para Keylor Navas, que não sofreu nenhum golo desde a sua estreia na Champions, a 26 de novembro de 2014. Assim, o guardião leva já 540 minutos com as suas redes intactas, o que é histórico na prova, já ninguém tinha conseguido mais de 529 minutos sem ser batido ao estrear-se na Liga dos Campeões.

A cumprir a segunda época com a camisola do Real Madrid, Keylor Navas começa a ganhar o seu espaço na equipa, assegurando o lugar deixado por Casillas.Por outro lado, Navas é o primeiro guarda-redes do Real Madrid a somar nove jogos oficiais em casa sem ser batido, algo que nunca aconteceu nos 113 anos do clube. O guardião merengue não sofre um golo em casa, em partidas oficiais, desde 15 de janeiro de 2015, um jogo contra o Atlético Madrid, em que Fernando Torres abanou as redes do costa-riquenho por duas vezes.

Fonte: zerozero.pt

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Treino: Do Específico ao Integrado - Gonçalo Lopes

A análise do treinador de guarda-redes em jogo: mais complexo do que parece...

Ainda que o treino seja uma parte específica de um processo complexo, este é parte integrante e nunca indissociável ao jogo e vertente competitiva. É nele que trabalhamos para o rendimento ou para o aperfeiçoamento, conforme a idade em que estejamos a trabalhar. Contudo, e sabendo de boa parte do que se deve analisar a nível técnico ou táctico em treino, poucas vezes falamos de qual é a abordagem/análise feita durante um jogo por parte de um treinador de guarda-redes.

Normalmente, admite-se no senso comum que quem analisa o jogo é o treinador principal, bem visível nas mais diversas imagens televisivas, e restantes adjuntos mais proximais do mesmo, que com a tecnologia também são bem observáveis com instrumentos de comunicação que lhes permite falar com outros observadores de jogo espalhados em zonas estratégicas do estádio, tendo em vista a análise mais detalhada possível em função de determinados parâmetros.

Assim sendo, e com tanta gente visionada, onde anda o treinador de guarda redes? Muito mais raras vezes o mesmo é mostrado. Sabemos por antecipação que para uma boa análise de qualquer jogo é apropriado estar num local com boa visibilidade. Muitas vezes isto não acontece, podendo o mesmo estar num banco anexo, o que dificulta a missão. Se não constar na ficha de jogo, pode ganhar alguma vantagem, podendo ocupar um lugar na bancada. Mas esta ideia é um bocado relativa em função do real conteúdo deste artigo: o que é que na realidade o treinador de guarda redes avalia?

E agora sim, podemos afirmar que é mais complexo do que parece. Num olho não clínico, parece óbvio que um treinador de guarda-redes deve ter como único e exclusivo foco a tarefa e comportamentos do seu guarda redes. Esta é uma das tarefas, mas não é a única. Para além dos comportamentos do guarda-redes é importante que, um treinador de guarda-redes que esteja totalmente integrado, deve ter também como funções a análise dos comportamentos defensivos da sua equipa, leia-se organização defensiva, nomeadamente o seu bloco mais recuado. E daqui advém a complexidade da nossa análise: para além de observar o seu guarda-redes, o treinador de guarda-redes deve ainda observar o bloco defensivo, comportamentos defensivos, local da bola, se o portador da bola tem oposição ou não, etc... e, focado, não se deve levar pelas emoções do jogo, podendo correr o risco de um momento para o outro... estar a ver o jogo como um simples adepto. É preciso total foco, concentração, níveis de activação altos e também alguma experiência que se vai ganhando, tal como os jogadores, jogo a jogo.

Em suma, este artigo pretende realçar que o trabalho de um treinador de guarda-redes tem mais variáveis do que ao início parece ter. Contudo, esta é uma análise muito própria, podendo outros treinadores de guarda-redes concordar, discordar, acrescentar variáveis de análise ou outros conteúdos pertinentes nesta questão, pois o que queremos sempre mas sempre é chegar à integração.

Fonte: A Última Barreira - Gonçalo Lopes

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Um menino de 16 anos na baliza do Milan!

DONNARUMMA É O HOMEM DO MOMENTO!

Gianluigi é nome de guarda-redes de qualidade em Itália, mas, neste caso, não é de Buffon que iremos falar. É, isso sim, sobre Donnarumma... que tinha claramente idade para ser filho do mítico guarda-redes da Juventus. 

Se o caro leitor não viu, este fim de semana, o jogo entre o Milan e o Sassuolo, certamente não estará familiarizado com o nome Gianluigi Donnarumma. Se viu, é óbvio que lhe saltou à vista - até porque a transmissão televisiva fez questão de o focar.

Trata-se de um jogador de apenas 16 anos e que viveu uma tarde de sonho, ao ser lançado na primeira equipa do Milan por Siniša Mihajlović.


​Depois de seis golos sofridos nos últimos três jogos, Diego López perdeu o lugar que tem sido seu desde que, há ano e meio, se mudou do Real Madrid para San Siro, sendo que a opção recaiu no jovem guardião que tem vindo a estar no banco.

É verdade que a partida nem correu muito bem ao italiano, que acusou a pressão e que teve culpas no golo de Berardi, mas o Milan voltou aos triunfos e o técnico sérvio, que vinha sendo criticado, acaba por ganhar uma maior margem de manobra.

Para Donnarumma, o momento é de sonho. Tão grande como os seus 1,96m de altura, que prometem dar que falar no futebol transalpino.

Fonte: zerozero.pt

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Dica #4 - COMUNICAR COM A EQUIPA

A comunicação do guarda-redes com os seus companheiros de equipa sempre foi vista como sendo um atributo e característica associada ao bom desempenho da organização defensiva e da equipa. Contudo, falar acertadamente durante o jogo não é tarefa fácil! O guarda-redes vai adquirindo, através da experiência e de situações diferenciadas de jogo, novos padrões de comunicação com os seus companheiros, de forma a tornar o processo comunicativo pouco complexo e eficaz! A maioria dos discursos feitos pelo guarda-redes durante o jogo é criada através da sua leitura do jogo, algo que também sofre muitas melhorias durante os anos... Assim, compreende-se o facto de os guarda-redes mais jovens terem bastante dificuldade em estabelecer comunicação com os seus companheiros de equipa e a utilizar uma "linguagem de jogo", por simplesmente não terem vivenciado um número de experiências suficientes para que o possam fazer com segurança.

Não basta falar ou gritar sem ter nada de realmente importante para transmitir!! 

Durante o jogo, o processo de comunicação deve-se tornar o mais simples possível, para que o resto da equipa ou jogador assimile totalmente o que foi dito enquanto joga, corre, salta, passa, remata e, o mais importante, pensa na ação que vai realizar.

No treino de escalões de formação é crucial que os guarda-redes sejam incentivados a comunicar durante os treinos e jogos, permitindo-lhes viver o jogo de uma forma diferente e mais próxima do que lhes será exigido pelo jogo com o passar dos anos. Algumas formas simples de comunicação podem ser transmitidas aos guarda-redes desde cedo na sua etapa de formação, algo que lhes vai possibilitar uma melhor habituação ao jogo, como por exemplo:

- “estás só”, diz ao colega que tem espaço para controlar a bola e sair a jogar
- “tens homem”, diz ao colega que está sobre pressão
- “sobe”, diz aos colegas para subir no terreno de jogo
- “tira”, diz aos colegas para tirar a bola da zona de pressão, não colocando a baliza em perigo
- “minha/eu”, diz aos colegas que vai sair da baliza

MUITOS GRITOS E MUITAS DEFESAS!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Vítor Baía inspira jovens

Arrancou esta semana uma das ações previstas no Projeto 1 – Escola de Guarda-redes. O coordenador do projeto, Vítor Baía, esteve no estágio dos sub-16 em Rio Maior e deixou mensagens de incentivo aos jogadores em nome da “Identidade Portugal”.

O segundo dia de estágio da Seleção Nacional sub-16 na época 2015/2016 ficou marcado, na passada terça-feira, pela presença de Vítor Baía. O antigo guardião internacional português, que foi eleito no início deste ano civil como "guarda-redes do século" na Gala Quinas de Ouro (organizada pela FPF), fez uma visita de cortesia ao estágio da formação liderada pelo Treinador Nacional Filipe Ramos e passou todo o dia num ambiente que conhece bem: o das seleções nacionais. 

Esta foi a primeira de muitas ações de Baía junto às seleções jovens masculinas. As Equipas das Quinas dos escalões de base serão parte fundamental na operacionalização do Projeto 1 - Escola de guarda-redes, coordenado pelo antigo dono das redes nacionais, até porque o trabalho de valorização e potenciação do talento dos jovens guardiões portugueses apenas fará sentido num espaço de excelência. Afinal, se o principal objetivo do Projeto 1 é mesmo alargar, a médio e longo prazo, o leque de opções viáveis para a Seleção Nacional A e incluir a escola portuguesa no "mapa" das melhores do mundo, faz todo o sentido que sejam as seleções a proporcionar o ambiente certo de aprendizagem para dar asas aos sonhos dos jovens valores das balizas portuguesas. 

Os seis guarda-redes chamados ao primeiro estágio da época dos sub-16 são os primeiros a integrar a Escola de guarda-redes da FPF e foram o "pretexto" ideal para uma visita de trabalho de Vítor Baía ao Centro de Estágios e Formação Desportiva de Rio Maior. Na parte da manhã, o coordenador do Projeto 1 dividiu atenções entre os treinos dos sub-16 e dos sub-17 (os comandados de Hélio Sousa preparam a participação no I Torneio de Apuramento para o Campeonato da Europa), sempre na companhia de Pedro Pauleta (diretor da FPF), Joaquim Milheiro (Coordenador Metodológico das seleções jovens masculinas) e Rui Caçador (Coordenador Administrativo das Seleções jovens masculinas). Carlos Coutada, vice-presidente da FPF, também marcou presença nos treinos matinais das Seleções Nacionais masculinas sub-16 e sub-17, assim como o Rui Jorge (Selecionador Nacional sub-21) e Romeu Almeida (Treinador Nacional).

Após o treino dos sub-16, Vítor Baía fez questão de dirigir, ainda no relvado palavras de apreço e incentivo aos seis atletas (Joel Sousa, João Valido, Pedro Simões, Rui Ribeiro, Tiago Silva e Tiago Simões) que deram, pela primeira vez, corpo à metodologia idealizada para o Projeto 1 e aconselhou-os a agarrar a oportunidade de representar o seu país. 

Sem a ajuda do trabalho de campo imprescindível elaborado pelos Treinadores Nacionais Pedro Espinha, Pedro Roma e Fernando Brassard, que juntam a óbvia experiência nas balizas nacionais a uma formação sólida na área do treino de guarda-redes e o IV nível de treinadores de futebol, formação destes jovens atletas não seria, decerto, tão abrangente e sempre direcionada para o âmbito da identidade Portugal. 

Vítor Baía almoçou com os elementos do staff dos sub-16 e terminou o dia a assistir ao treino vespertino da formação comandada por Filipe Ramos.



terça-feira, 8 de setembro de 2015

Ação de Formação Treino de Guarda-Redes - AF Porto

A Associação de Futebol do Porto vai realizar uma Ação de Formação para especialização no treino e formação de guarda-redes que será coordenada por Silvino Morais e decorrerá entre 21 de Setembro e 9 de Novembro.

Esta Ação de Formação englobará uma parte teórica e uma parte prática que será lecionada nas instalações do Vitalis Park e terá um custo total 100 euros.

Para mais informações, consulte o site da AF Porto!

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

No meio está a virtude!

A eficácia e o rendimento desportivo estão muitas vezes ligados à capacidade e qualidade dos seus principais intervenientes, jogadores e treinadores. Contudo, a ciência e a estatística podem, em muitos casos, ajudar certa equipa, jogador ou treinador a compreender melhor o jogo e modificar alguns comportamentos de forma conjunta ou individual, de forma a atingir resultados mais produtivos e eficazes!

O caso das grandes penalidades e da intervenção dos guardas-redes nessa situação é sempre um tema muito estudado, e que por vezes, nos dá a conhecer resultados bastante curiosos e interessantes, como estes que vos apresento a seguir...

Um grupo de investigadores da University College de Londres decidiu analisar desde 1976 até 2012, 37 desampates por grandes penalidades das fases finais de Mundiais e Europeus de Futebol e conclui que, nestas ocasiões, os guarda-redes aumentam a probabilidade de defesa se permanecerem no centro da baliza, pois o comportamento dos guarda-redes tende a obedecer à chamada "falácia do apostador", ou seja, após uma sequência de remates para o mesmo lado, os guarda-redes têm uma propensão para se atirarem para o lado contrário. Os especialistas também designam este comportamento por "falácia cognitiva" que leva a uma tomada de decisão errada através de uma perceção empírica sem fundamento.

Num outro estudo, realizado em 2014 pelo professor Ofer Azar, da Faculdade de Gestão da Universidade Ben-Gurion (Israel), foi possível concluir que os guarda-redes têm mais hipóteses de defender um penálti se não se lançarem para o lado esquerdo ou direito, permanecendo no centro da baliza.


No estudo de Ofer Azar, foram analisadas 286 grandes penalidades marcadas nas principais ligas europeias e campeonatos internacionais. Os remates foram classificados em três grandes grupos (para a esquerda do guarda-redes, para a direita do guarda-redes e para o centro da baliza), bem como as ações dos guarda-redes (imóvel no centro da baliza, queda para esquerda e queda para a direita).

Os resultados foram surpreendentes e mostraram que os guarda-redes terão 33.3% de hipóteses de defender o penálti se permanecerem no centro da baliza. As percentagens descem bastante no caso de queda para a esquerda (14.2%) ou de queda para a direita (12.6%).

Apesar disso, apenas uma minoria insignificante (6.3%)  dos guarda-redes avaliados optou por ficar no centro da baliza, algo que se explica por existir uma clara predisposição para a ação. Isso implica que um golo marcado num penálti provocará no guarda-redes uma reação mais dolorosa se ele optar por ficar no centro da baliza, em vez de se atirar para um dos lados.


Concordam com a ciência ou acreditam que o guarda-redes têm mais probabilidades de defender um penálti se se lançar para um dos lados?

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O Talento do Jogador português Formação … sustentabilidade … rendimento (artigo de José Neto)

Tendo em atenção o início dos campeonatos no âmbito da formação e na preparação do ano desportivo pelos clubes neste domínio, aproveito para refletir num tema que penso merecer interesse. 

Aproveito para desejar as maiores venturas a todos aqueles que se dedicam a esta área técnica, pedagógica e competitiva na conquista do melhor caminho para a conquista do futuro.

Um Jogo de Futebol é portador de uma magia inigualável. Como diz (Garganta, 2002), em 90 minutos é possível condensar várias histórias e reproduzir muitas das graças e desgraças da vida. Daí um dos seus principais encantos – uma obra de arte cuja magnitude social muitos pseudo intelectuais ainda não entenderam.

O jogo de futebol, é indiscutivelmente nos dias de hoje como o tem sido ao longo dos tempos, a modalidade desportiva de maior impacto na sociedade, capaz de orientar a imagem que a mesma representa, sendo muitas vezes influenciado por ela.

Quanto a mim a essência do jogo reside no seu carácter lúdico, transposto para um patamar cultural indispensável na formação de uma sociedade projectada para uma vida universal, apelando ao despertar de uma inteligência colectiva, numa exigente adaptação às múltiplas situações que a prática do belo jogo impõe. Daqui, emerge uma figura capaz de fazer despertar o prazer na concretização dos seus objectivos de conquista – o TALENTO.

As crianças e jovens bem cedo, através da prática do jogo espontâneo, aprendem a controlar as suas emoções, estabelecem uma partilha comunitária, de canseiras repetidas até ao limite, num envolvente desafio pela conquista do suor experimentado numa paixão continuada.
Das praças, ruas, montes, caminhos, estradas em terra batida … sem árbitros, com um nº de jogadores variável de acordo com o tamanho do terreno (mas quem mandava era o dono da bola), balizas marcadas com pedras sobrepostas, quantas vezes descalços, para não estragar a bola, sem hora marcada…tinha lugar o Futebol de rua!...

Hoje, a maioria dos jovens cresce em ambiente marcadamente hostil para o desenvolvimento da sua criatividade. O contexto familiar e escolar caracteriza-se por um clima de orientação intencional, com normas altamente restritivas, o aumento dum clima de desconfiança, a ausência de espaços livres em proximidade, a existência de uma ocupação repetidamente construída em que os teclados são os primeiros mensageiros e um comodismo doentio, sempre acaba por impor as suas regras. Perde-se assim a alma do jogo que autenticamente o Futebol de rua fazia eclodir e transita-se para as escolas de Futebol a relação com a aprendizagem do jogo.

Entretanto a formação emocional no seio familiar, da criança e do jovem, fica dependente do reconhecimento que lhe é prestado. Crianças e jovens mais reconhecidos e amados acreditam mais nas suas capacidades, enquanto que as pouco elogiadas ou esquecidas, ou quando o elogio não está de acordo com a sua verdadeira evolução, entram em dúvida sobre si próprias, retraem-se e acabam por desistir das tarefas que lhe estavam confiadas.

A acrescentar o facto de vermos certos pais, por um lado a alhearem-se completamente da prática desportiva de seus filhos, vemos outros, que pelo contrário a usar a pressão por comentários depreciativos com interferências no trabalho dos treinadores, utilizando espectativas elevadas, usando a proibição da prática desportiva como forma de castigo de um mau resultado escolar, acabando por causar um autêntico descontrolo emocional de quem tem pelo treino e pelo jogo uma das melhores prioridades para evoluir de forma qualificada. 

Por outro lado e no que diz respeito à Escola, as atividades da educação física e o próprio desporto escolar, encontram-se cada vez mais reunidas num dossier de magras intenções, em que a tutela se desobriga da responsabilidade, vendo aumentar-se cada vez mais uma iliteracia desportiva e que certos “donos da verdade” se gabam de aplaudir. Cargas horárias irracionalmente desajustadas. A disciplina de educação física, sendo obrigatória, a sua avaliação, a partir de um determinado momento apenas serve para fins estatísticos. O desporto escolar com horários completamente desajustados para o interesse dos alunos e em que os federados numa determinada modalidade participam com os não federados, não tendo estes a possibilidade de competir a nível mais elevado … etc … Deste modo, o desporto vê-se confrontado com uma escola que não serve os verdadeiros interesses que lhe estão confiados, como seja a formação integral do jovem e que assim se vê mais disponibilizado para uma certa “preguicice”, renunciando ao esforço, ao suor, à dor, ao sacrifício, à perda de hábitos de trabalho em equipa, ao abandono da responsabilidade no cumprimento de regras, deveres e obrigações, da capacidade de emulação e superação para se tornar mais forte, mais ágil, mais resistente, mais veloz, mais inteligente que pela conversão do pensamento em ação, pode fazer transbordar numa energia coletivamente consagrada.

Deste modo os clubes se vão preparando para dar respostas, criando academias ou escolinhas de formação desportiva, começando por inserir na sua marca o conceito verdadeiramente formativo, quer pela construção de estruturas básicas de qualidade garantida, quer com o recrutamento de treinadores pedagogicamente qualificados, recorrendo alguns deles, ao apoio de equipas na área médica, nutritiva, pedagógica, psicológica e social.

É evidente que por vezes se vai assistindo, aqui e acolá, a uma sistematização dum ensino pedagogicamente standardizado, e, com uma agravante motivação para a tipificação para a clonagem de jogadores, com expectativas elevadas a curto prazo, mas excessivamente previsíveis a longo prazo, retirando-se ao génio e ao criador o seu verdadeiro espaço.
Por vezes opera-se uma demasiada tecnificação do ensino do jogo e do treino, constituindo uma entrave á evolução inteligente do jogador, orientando-o para práticas descontextualizadas que uma repetição constante aborrece e constrange.

No entanto, o que se via há uns tempos a esta parte em matéria de treino, foi praticamente irradiado, isto é, “obrigando” os jovens atletas a cargas de treino barbaramente excessivas para as qualidades energéticas e funcionais dos atletas em formação, usando métodos utilizados pelos adultos, como se uma criança fosse um adulto em miniatura, dando origem ao vulnerável aparecimento de lesões, saturação, hipertrofias que conduziam a traumatismos articulares, ligamentares e músculo tendinosos, culminando no esgotamento e por fim, ao próprio abandono.

Como dizia, os clubes estão cada vez mais apostados em capitalizar de forma humana, técnica e cientificamente os seus quadros no âmbito formativo. Os seus treinadores, numa larguíssima maioria ou são oriundos das universidades ou com grau de formação de treinadores compatível para as funções a desempenhar. Sabem perfeitamente que em matéria de treino deve haver um respeito absoluto pelo grau maturacional do atleta e por isso, a qualidade do treino tem obrigatoriamente de ser feita com a observação da idade biológica do atleta e não apenas recorrendo à idade cronológica, no sentido de evitar os perigos de uma especialização precoce. Sabem que têm de seguir as grandes etapas de desenvolvimento - da formação, iniciação, orientação, especialização até ao alto rendimento. Sabem que têm que ser pacientes e persistentes, tornado os treinos motivadores, criativos e organizados. Sabem que devem evitar as instruções de forma hostil ou primitiva, mas sempre de forma encorajadora. Têm consciência de que ganhar é muito importante, mas a capacidade de rendimento ainda se torna mais operante e sabem ainda que no seu “diário de bordo” tem que estar inscrito em letras douradas os valores da honestidade e a firmeza das convicções, procurando ser um educador, amigo, conselheiro, enfim, um modelo de comportamento exemplar, segundo o qual se permita corrigir sem ofender e orientar sem humilhar.

É com base nesta doutrina que ao longo do tempo no capítulo da formação de treinadores e como responsável docente na minha vida académica, perante os alunos dos cursos de licenciatura ou mestrado, procuro incutir nas minhas mensagens pedagógicas.

Penso que deste modo o talento pode germinar de forma mais segura e generosa, porque está inserido numa cambiante inatacável de processos, sendo assim mais capaz de conquistar outro rumo com nova distância … e como dizia Fernando Pessoa “ do mar ou outra, mas que seja nossa”!...

Fonte: A Bola online

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

"Patrício: o especialista dos penáltis"

Quando no dia 26 de novembro de 2006 Rui Patrício defendeu uma grande penalidade no dia em que Paulo Bento o lançou às feras na Madeira frente ao Marítimo estava apenas a dar o mote para aquilo que viria a ser a sua carreira até este momento. Forte personalidade entre os postes, assumindo uma enorme presença perante os adversários que o enfrentam na marcação de castigos máximos.

Ontem, diante do CSKA, a defesa perante o remate de Doumbia foi apenas mais um episódio recorrente de um homem que se tornou já especialista a travar grandes penalidades. Acrescente-se a esse facto o peso que a estirada poderá vir a desempenhar no final da eliminatória. É verdade que o Sporting parte para a Rússia em vantagem, mas o resultado não é confortável e, na hora das contas finais, Rui Patrício poderá vir a ser ovacionado como um dos heróis da passagem à fase de grupos da Champions.

Números


A estatística não deixa, de resto, grandes dúvidas relativamente à boa performance do guarda-redes leonino, conforme se pode ver na infografia em anexo.

Dos 39 castigos máximos que teve de enfrentar em jogos de caráter oficial ao serviço do Sporting – não estão contabilizados os jogos da Seleção nem os desempates –, Rui Patrício travou onze remates e impôs a sua presença em dois tiros que foram para fora.

Fonte: Record online

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Como se forma um craque

O sucesso de futebolistas como Cristiano Ronaldo, Messi e outros atletas (mais ou menos atuais) faz com que este desporto tenha cada vez mais adeptos e amantes a tentar a sorte ou a perseguir o sonho de ter uma carreira de destaque. Para poder dar a conhecer os meandros deste mundo, o zerozero.pt foi falar com quem lhe dedica quase uma vida.

Atualmente como coordenador do recrutamento para a formação do Sporting, Aurélio Pereira está no clube há já 48 anos. Ainda que esteja vinculado aos leões, a visão que tem da formação de jogadores é global, tornando o antigo técnico numa voz de referência no meio.

Hoje em dia, as escolas de futebol e os clubes recebem crianças a partir dos seis anos de idade. Todavia, mais do que aprender, os jovens têm que mostrar capacidades inatas. «Aos seis, sete, oito anos são detetados os miúdos com habilidade natural, com uma boa relação com a bola e a partir daí é feita uma primeira fase, até aos 12 anos, de ensino do futebol, de princípios de jogo. Depois é por aí fora até chegar à equipa principal. Em todos os escalões a aprendizagem é feita quase como um curso. Não há um curso porque não se ensina, prepara-se um jogador para ser profissional de futebol», explica Aurélio.


A partir do momento em que a criança integra uma escola de futebol, o sucesso ou insucesso pode passar muito pela «envolvência», isto é, pelo meio em que se insere. Nesse aspeto, o «caráter» vai ser determinante para vingar ou não no seu caminho. «Há tanta coisa para que, eventualmente, o atleta se perca no percurso: desde o treino, especialização precoce, as más companhias, a alimentação, em termos de comportamentos tudo influencia», diz o antigo treinador.

Quando um atleta está ainda em construção, o papel do técnico é importante, sendo que o seu perfil é «fundamental». Aurélio Pereira defende que um líder «de jovens tem que ser um treinador mais de pedagogia, menos ansioso, menos nervoso, mais estável, para que os miúdos possam comungar com ele essa calma, onde podem crescer com alguma tranquilidade».
Preparar para o futuro

Se há alguma diferença que o nosso país possa fazer em relação ao futebol tem a ver com o clima, os espaços e a cultura. «O nosso miúdo é intuitivo, rápido, tem imaginação», enumera o coordenador, acrescentando que isso se deve, também, ao facto de «o primeiro brinquedo» que é costume dar-se a uma criança ser «uma bola». Para além disso, «o nosso miúdo tem uma apetência para o futebol de nascença e é conduzido para as escolas muito cedo», acrescenta Aurélio.

Olhando para as camadas jovens e tentando comparar com aquilo que acontece nas equipas seniores, as transferências de jogadores não são feitas da mesma forma nem há, na maioria dos casos, contratações com valores 'astronómicos'. «Até aos 19 anos todos os atletas podem mudar de clube, todos os anos, se quiserem. Nesse aspeto o mercado é livre», elucida o sportinguista, ressalvando, no entanto, que «aos 14 anos ele [o jovem jogador] pode fazer o primeiro contrato de formação e aí sim, se algum clube o quiser terá que negociar com o outro».

Com o mediatismo que é cada vez mais dado a algumas estrelas do mundo da bola, é natural que os jovens sonhem com uma carreira semelhante. Aurélio Pereira aponta as características que são necessárias para vencer nesta profissão: «Tem que ser logo pela relação com a bola e a habilidade natural, isso é o principal requisito para começar», afirma, vincando ainda que a «paixão» é fundamental, já que é ela que «lhes traz depois vontade de querer ser alguém no futebol».

No sucesso ou não de uma criança há outro fator importante envolvido: a família. «As aspirações podem ser muitas, mas o miúdo pode não ter as apetências que os pais lhe atribuem ou o sonho que eles têm. Uma criança tem um sonho que é ser jogador de futebol, mas esse sonho pode não ser realizável», alerta o técnico dos leões. Para Aurélio Pereira, os pais devem olhar para o futebol «como uma possibilidade de ajudar na sua vida quotidiana e não estar obcecados com o facto de [os seus filhos] serem Ronaldos ou Figos», porque «nem todos podem ser».

Em jeito de mensagem para os jovens praticantes da modalidade, o coordenador do Sporting aconselha que «olhem para o futebol como uma modalidade que é extremamente bonita, que o façam e que desenvolvam as suas qualidades com tranquilidade, que seja jogado com prazer e alegria e não sob pressão».

Fonte: zerozero.pt

sábado, 11 de julho de 2015

Comunicação nos jovens guarda-redes

Ser guarda-redes é algo que implica muita experiência para se alcançar o sucesso. É por isto que muitos dos guarda-redes de topo jogam até perto dos 40 anos. Em média os guarda-redes alcançam o seu auge aos 30 anos.

Porquê? Tudo depende da forma como se comanda a grande área. Quanto mais se vive as situações de jogo, mais experiência se ganha e mais rápido se antecipa os lances de jogo. Uma excelente forma para isto acontecer é através da comunicação. Saber o quê, quando e o que dizer é um ponto fundamental para qualquer guarda-redes.

Como fazer um guarda-redes comunicar mais?

Tudo depende da idade do guarda-redes que estamos a treinar. Se, por exemplo, tiver 9 anos, não podemos esperar que ele comunique como um guarda-redes profissional. Os guarda-redes jovens são totalmente fixados na bola e não percebem o que poderá acontecer no jogo.
A maioria dos jovens guarda-redes não fala porque não sabe o que dizer. A sua escassa vivência dos contextos do jogo, não os possibilita de comunicar como um guarda-redes experiente. É contra natura e injusto exigir a um jovem comunicar como um guarda-redes experiente.
É da nossa opinião que ao treinar os jovens entre os 9 e os 15 anos se deva incentivar o uso de certas formas de comunicação. Embora básicas irão, no futuro, ajudar a comunicação. Por exemplo:
- “tens espaço”, diz ao colega que tem espaço para controlar a bola e sair a jogar
- “tens homem”, diz ao colega que está sobre pressão
- “sobe”, diz aos defesas para subir no terreno de jogo
- “limpa”, diz aos colegas para tirar a bola da zona de pressão, não colocando a baliza em perigo
- “minha”, diz aos colegas que vai sair da baliza

Quando e como falar?

Se um guarda-redes conseguir no mínimo dizer estas cinco coisas, está no bom caminho para o sucesso.
Depois de perceberem o que dizer, é função do treinador fazer entender quando dizer. Por exemplo, o guarda-redes diz “minha” num cruzamento, mas muitas vezes ouvimo-los dizer isso quando já têm a bola nas mãos. O objectivo deste tipo de fala é avisar os colegas para se afastarem que vai atacar a bola e não que já a tem nas mãos. Nestas situações, pode acontecer o defesa atacar a bola ao mesmo tempo que o guarda-redes e colocar a baliza em perigo. A comunicação deve ser antecipada.

É fundamental saber como falar. Tudo depende da situação. É uma situação de emergência? Com quem estou a falar? Que tipo de situação está a acontecer? Existem muitas variáveis.

O tom de voz é muito importante, mas nas idades mais baixas é mais relevante saber o que dizer do que como dizer. Com o tempo os jovens começarão a perceber como dizer as coisas. Não é demais referir que com o tempo o guarda-redes conhece bem os seus colegas de equipa. Quero com isto dizer que o guarda-redes toma muitas vezes a postura de um psicólogo. Se um colega seu se irrita com facilidade, deve comunicar com ele de forma mais suave, mas se tiver um colega com postura mais “mole” deve utilizar um tom de voz mais grave e irritado. O guarda-redes deve ser o elemento que conhece a personalidade de todos os colegas de equipa.

Em jeito de conclusão, não são só as grandes defesas, o bom posicionamento, as pegas, etc, que fazem um grande guarda-redes. Perceber o que dizer, quando dizer e o como dizer, claro que aliado a boas acções técnico-tácticas, levam sem dúvida um guarda-redes ao sucesso.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

"Faltam guardiões de topo em Portugal" - Vítor Baía

Vítor Baía, antigo internacional, apresentou ontem às associações de futebol de todo o país o "Projeto 1 - Escola de guarda-redes", numa sessão realizada em Loulé, aproveitando o dia de descanso no Torneio Lopes da Silva, que decorre no Algarve.


"Queremos ser uma referência a nível mundial ao nível da formação de guarda-redes e de treinadores específicos dessa função", assinala Baía, "empenhadíssimo, motivado e cheio de orgulho" por dar corpo a este projeto.

"Faltam guarda-redes de topo e de referência em Portugal e queremos inverter essa situação. Tal não se conseguirá de um dia para o outro, mas acredito muito no que nos propomos fazer e seguramente colheremos frutos a longo prazo", assinala o antigo guardião.

No imediato a tarefa passa "por alargar o leque de escolha ao dispor das equipas técnicas das várias Seleções Nacionais e melhorar o treino e a preparação dos treinadores de guarda-redes".

Condições

O antigo internacional não esconde que "teria sido um guardião muito mais capaz se tivesse nascido uns anos mais tarde, beneficiando dos métodos de treino e de todo um conjunto de ferramentas hoje existente. Seguramente haveria, nesse quadro, um Vítor Baía mais equilibrado e muito melhor preparado para dar as respostas adequadas em todos os momentos do jogo".

Fonte: Record online

Dica #3 - SABER JOGAR COM OS PÉS

O futebol moderno exige cada vez mais dos jogadores, a nível físico, tático, técnico e psicológico, e a posição específica de guarda-redes não foge a essa evolução!

Com os modelos de jogo que se aplicam às características do futebol de hoje, os guarda-redes são quase que obrigados a saber jogar com os pés, dando soluções táticas e entrando na organização do jogo da sua equipa. Por vezes, existem jogos que exigem aos guarda-redes mais ações com os pés do que com as mãos, algo que torna fundamental a inclusão deste aspeto técnico no treino.

Treinar receções e reposições de bola para zonas específicas ajustadas à forma de jogar da equipa, treinar passes curtos e passes longos em situações que se assemelham ao jogo, treinar alívios de bola, treinar pontapés de baliza e treinar as decisões que devem ser tomadas em cada situação de jogo, deve ser algo a ter em conta pelo treinador de guarda-redes, dando a possibilidade aos seus guarda-redes de estarem incluídos no entendimento coletivo do jogo e de apresentarem maior eficácia quando forem chamados a intervir durante o jogo.

Atualmente, um guarda-redes completo é aquele que domina a técnica específica da sua posição e a técnica específica das posições dos seus companheiros de equipa. É aquele que tem um jogo de mãos e um jogo de pés a um nível ótimo e semelhante!

CLASSE E QUALIDADE, DO QUE É FEITO UM GUARDA-REDES!

domingo, 21 de junho de 2015

Captações Futebol de Formação | FC Maia Lidador

MOSTRA O QUE VALES!
Até ao final da época, todos os que acreditam que têm valor, podem treinar com os nossos atletas.


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Entrevista a Rui Silva | CD Nacional

O "Redes ao Quadrado" entrevistou o guarda-redes do CD Nacional, Rui Silva. O guardião internacional português esteve presente nesta época em vários jogos da Primeira Liga Portuguesa, enfrentado adversários como o FC Porto, SL Benfica e SC Braga. 

Rui Silva chegou ao CD Nacional na época 2012/2013, provindo do Maia Lidador e fez a sua estreia na Primeira Liga na época 2013/2014 contra o Gil Vicente. Na época 2014/2015 participou num total de 11 jogos, 9 deles na Liga e 2 na Taça da Liga.

Aqui se segue a entrevista ao jovem e promissor guarda-redes de 21 anos:

Rui Costa (RC): Começaste a jogar com quantos anos e o que te fez ir para a baliza?
Rui Silva (RS): Comecei a jogar com 9 anos e no início, o que me fez ir para a baliza foi através da iniciativa de um treinador meu, no clube de Futsal onde jogava, nos Restauradores. Depois comecei a gostar e tirei frutos disso!

RC: Qual o clube que mais te marcou? Porquê?
RS: Também não foram muitos, mas o clube que mais me marcou foi o Maia porque foi onde comecei a dar os passos mais alargados, a saber o que é jogar futebol de 11, a dar mais valor ao futebol e a perceber aquilo que eu queria para o meu futuro.

RC: Tens ou já tiveste algum ídolo?
RS: Eu baseei-me muito no Vítor Baía, posso dizer que foi um ídolo para mim. Neste momento posso dizer que me identifico mais com o Rui Patrício, mas não é tanto um ídolo...

RC: Como viveste a estreia na 1.ª Liga Portuguesa?
RS: A minha estreia na Primeira Liga foi contra o Gil Vicente, perdemos 1-0 mas foi um jogo complicado porque eu estava ansioso, mesmo sabendo que já tínhamos garantido a Liga Europa mas senti aquela pressão de jogar na Primeira Liga, algo que não é fácil por ser um nível já de excelência.

RC: Que estratégias utilizaste para lidar com a pressão nos momentos iniciais da tua carreira desportiva profissional?
RS: Sei que muitas das vezes não é fácil conseguirmos estar concentrados durante os 90 minutos mas tento-me abstrair, concentrar-me ao máximo no jogo e não olhar o que está à volta.

RC: E antes do jogo?
RS: Antes do jogo ouço a minha música, penso em tudo aquilo de bom que fiz até ao momento e que se errar não posso baixar a cabeça e tenho que seguir em frente.

RC: Para ti, qual é o avançado mais temível da Liga Portuguesa?
RS: Neste momento o avançado mais temível é o Jackson Martínez. É um jogador fora de série, tive o privilégio de jogar contra ele e é complicado, é um jogador muito forte fisicamente, tecnicamente e para mim é o melhor avançado.

RC: Que competências achas essenciais para um guarda-redes de sucesso?
RS: Hoje em dia os guarda-redes têm que ser completos. Para jogares ao mais alto nível tens que saber jogar bem com os pés... Antes de mais, tens que ser muito forte psicologicamente porque lidar com a pressão não é nada fácil e depois disso a qualidade técnica também faz toda a diferença, tens que ser bom entre postes, bom no jogo aéreo e hoje em dia a maioria dos guarda-redes de alto nível são todos completos.


RC: Quais os teus pontos fortes e menos fortes?
RS:  Os meus pontos fortes... Tenho boa qualidade a jogar com os pés e a nível de jogo aéreo também penso que sou bom! Mas como todos, também tenho os meus pontos fracos e o um contra um, neste momento, é aquilo em que não sou tão bom mas espero conseguir sê-lo no futuro.

RC: Que objetivos pretendes atingir a nível profissional?
RS: Todos nós traçamos objetivos e queremos sempre algo mais! Chegar ao Maia foi já um grande objetivo que era jogar futebol de 11. Depois disso, o meu objetivo era subir e consegui chegar ao Nacional, foi muito importante, e agora quero trabalhar bem para no futuro puder jogar num clube de maior dimensão. Os nossos objetivos têm de ser sempre pensar mais, mais e mais... A nível de seleção, pretendo chegar à seleção A, é o sonho de qualquer um! Não é fácil lá chegar mas com trabalho vamos lá ver o que é que se vai suceder.

RC: Que conselhos darias aos jovens guarda-redes?
RS: Conselhos? Nem sei se aconselhava ser guarda-redes (risos)! Ser guarda-redes é muito diferente. Não é fácil porque somos o último a ser batido e muitas das vezes podemos estar a fazer um grande jogo mas se cometemos um erro no último minuto deitamos tudo a perder. Mas os conselhos que eu dou é para seguirem os vossos sonhos, trabalhem ao máximo e com muito querer vão conseguir chegar ao sucesso, aliado à qualidade de cada um.

Um muito obrigado ao Rui Silva e uma excelente continuação de carreira!


"Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da grandeza"

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Os 10 mandamentos do Guarda-Redes

Na verdade, um Guarda-Redes para ser competente, terá que desenvolver muitos recursos, centenas, pois cada lance é diferente do outro. Nunca uma defesa, será igual a uma outra. É uma novidade a cada remate, a cada cruzamento, a cada adversário. Por isso, um Guarda-Redes tem que aprender todo dia e não aprenderá o suficiente.

1.º mandamento:
Gosto pela baliza
Gostar muito de jogar na baliza, todo Guarda-Redes tem que ser um apaixonado pela posição, caso contrário ele logo desiste, pois ser Guarda-Redes não é nada fácil.

2.º mandamento:
Aprender sempre, observando os grandes Guarda-Redes, os medianos, e até com os amadores é possível aprender algo novo. Muitos jovens pensam que só se aprende com os Guarda-Redes famosos. 

3.º mandamento:
Jogo e treino: No jogo vale tudo, defender de canela de nariz e tudo mais, já nos treinos , tem que se treinar corretamente, respeitando sempre os fundamentos. É nos treinos que se corrige as falhas para então jogar de forma correta.

4.º mandamento:
Para um Guarda-Redes não existe bola indefensável, assim, a busca pela perfeição será eterna. Um Guarda-Redes nunca está satisfeito e deve pensar sempre que é possível fazer o impossível.

Esforço e dedicação no treino é fundamental!
5.º mandamento:
O treino mais chato é o que mais engrandece o Guarda-Redes. Aquele treino chato que nenhum gosta é o que faz a diferença entre, ter recurso ou não ter os recursos necessários na hora da defesa. Fazer a ponte é fácil, trocar de mão é fácil, mas pegar a bola que bate no chão meio metro antes, saltar na bola rasteira, buscar a visão e colocação necessária com uma barreira à sua frente, cortar um cruzamento, às vezes não é fácil, por isso tem que ser treinado exaustivamente e corretamente.


6.º mandamento:
Transforme os seus pontos fracos em pontos fortes e será completo. É necessário treinar mais os pontos deficientes do Guarda-Redes. Por exemplo, se é fraco do lado esquerdo, então a prioridade é treinar mais esse fundamento. Se é lento no tempo de reação, priorize isso. Treine mais o específico e menos os fundamentos básicos.

7.º mandamento:
Guarda-Redes , não vive de passado e terá que provar a cada treino a cada jogo que é o melhor. Ao contrário de um avançado, o Guarda-Redes terá que provar sempre.

8.º mandamento:
Confiança e muita humildade!
A bola mais fácil, pode se tornar a bola mais difícil. Nunca pense que uma bola é fácil, tome sempre os cuidados necessários. O "frango" costuma ser resultado do descanso com a bola fácil.

9.º mandamento:
Acredite, você pode ser o melhor, com dedicação e humildade pois apenas os humildes aprendem, já os arrogantes serão limitados.

10.º mandamento:
Um Guarda-Redes evolui até quando pensa que sabe tudo, aí ele torna-se medíocre e decadente. Então, pense que sabe muito, mas não tudo!


Top 10 Defesas Ligue 1 | Época 2014/2015

Terminado o campeonato francês, a organização da Ligue 1 decidiu reavaliar as melhores defesas de todos os topos semanais e compilar as 10 melhores num único vídeo, em jeito de "prenda de final de época".

São verdadeiros espetáculos dados pelos guarda-redes e merecem ser vistos e revistos por todos os apaixonados pelo futebol!

Benoit Costil foi o grande vencedor!
Benoit Costil (Stade Rennais), foi o guardião premiado com a melhor defesa do ano, depois de fazer algo "quase" impossível e de evitar um golo "quase" certo...


terça-feira, 9 de junho de 2015

"O guarda-redes tem de ser um atleta global"

No último dia do 2.º Congresso Internacional de Treino de Guarda-redes, Hugo Oliveira, Fernando Ferreira, Ricardo Pereira e Hugo Ribeiro, treinadores do Eagle One – departamento de guardiões do Benfica –, fizeram uma pequena demonstração de treino, com alguns exercícios.

Momentos antes de Fernando Ferreira iniciar a sessão, Hugo Oliveira explicou qual a ideia "transversal a todos os técnicos" de guardiões nos encarnados: "No Benfica há uma só maneira de estar. Criámos um modelo e escolhemos os treinadores para uma só forma de estar e pensar." Mas, afinal, que modelo é esse? "Guarda-redes de decisão. Hoje em dia, o jogo é cada vez mais rápido e obriga os guarda-redes a tomar decisões muito rapidamente. De antecipar, de reagir no momento. Para o guarda-redes, já não é apenas defender, uma vez que existem outros momentos importantes. Uma equipa, um guarda-redes, um só pensar. É este o nosso lema", explicou.


Usar os pés


O futebol está constantemente a evoluir e, como tal, é preciso aumentar as capacidades. "Um guarda-redes de uma equipa grande, do Benfica, tem de ter a capacidade para iniciar jogo com os pés, para distribuir jogo rápido. É um atleta global", referiu Hugo Oliveira, que se mostrou "orgulhoso com o desenvolvimento do projeto".

"Aquilo que é mais gratificante é sentir a evolução. Podemos ver um guarda-redes a jogar e sabemos que é da formação do Benfica. Porque tem um modelo de jogo, tem um perfil, tem um forma de estar diferente. O guarda-redes do Benfica sabe o que fazer e como fazer em determinadas situações.Não existem modelos nem metodologias perfeitas. O importante é haver uma ideia bem definida e nós, Benfica, temos a nossa ideia e defendemo-la com unhas e dentes" (...)

Fonte: Record online

segunda-feira, 1 de junho de 2015

"Rui Patrício tem de ir à procura de títulos"

Em representação da sua Fundação e em mais uma iniciativa solidária, Vítor Baía celebrou o Dia Mundial da Criança, na manhã desta segunda-feira, na Maia, onde fez as delícias de dezenas de jovens. À margem da festa, o antigo guarda-redes do FC Porto e da Seleção Nacional falou do atual número 1 de Portugal e do Sporting.

"Em que lugar coloco o Rui Patrício no futebol português? É o guarda-redes da Seleção Nacional e, ontem, mais uma vez, demonstrou toda a sua qualidade”, começou por observar Vítor Baía, referindo-se à exibição do guardião leonino na final da Taça de Portugal.

Questionado, depois, sobre as possibilidades de Rui Patrício atingir o topo Mundial ao serviço do Sporting, onde não tem tido muito acesso a títulos – em 9 épocas no plantel principal soma apenas duas Supertaças e três Taças de Portugal – Vítor Baía foi taxativo: “Uma carreira preenche-se de títulos importantes e o Rui terá obrigatoriamente de ir à procura disso. Se é no Sporting ou não, não faço ideia. Isso já me ultrapassa. Cada um faz as suas opções e vê o que é melhor para si. Mas que a carreira necessita de outros contornos e de estar em equipas que possam ganhar sempre, isso é uma realidade, porque é isso que dá confiança e é isso que ajuda à evolução.”

Fonte: Record online

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Top Defesas Jornada 38 | Ligue 1 2014/2015

Na última jornada da Ligue 1, os guarda-redes estiveram em grande e à altura do nível do campeonato francês! 
Benjamin Lecomte (FC Lorient), Nicolas Douchez (Paris Saint-Germain), Jonathan Ligali (Montpellier Hérault SC), Mamadou Samassa (EA Guingamp) e Samuel Atrous (RC Lens) premiaram os amantes da baliza com verdadeiras obras de arte, deixando na memória defesas dignas de final de época.

Revejam as melhores defesas e leiam a análise a cada uma delas em baixo...


Benjamin Lecomte - Mais uma defesa a um penálti no top semanal! Desta vez, foi o guardião do FC Lorient a ir de encontro ao que foi dito nos artigos do "Redes ao Quadrado" sobre a matéria das grandes penalidades. Lecomte antecipou a decisão da escolha do lado milésimos de segundo antes do remate do adversário, voou rápido e convicto para a bola e parou o remate com uma grande intervenção.

Nicolas Douchez - O seu ótimo posicionamento na baliza facilitou-lhe a defesa a este remate. Após o corte incompleto do seu colega de equipa, Douchez reagiu rápido a uma possível situação de remate, colocando-se na baliza da melhor forma e cortando o ângulo de remate mais fácil ao adversário. Numa situação de aperto, o avançado acabou mesmo por chutar para o local mais acessível, mas apesar do remate forte, encontrou pelo caminho o bem posicionado Douchez.

Jonathan Ligali - Após cruzamento tenso para uma zona complicada de intervenção do guarda-redes, Ligali optou pela melhor opção, recolocando-se rapidamente na baliza, acompanhando sempre a movimentação da bola. Depois do cabeceamento à entrada da pequena área e em zona frontal à baliza, mostrou que a sua velocidade de reação e agilidade estão muito bem desenvolvidas e fez umas das mais espetaculares defesas da jornada.

Mamadou Samassa - EA Guingamp
Mamadou Samassa - Mas que grande voo de Samassa! Deslocando-se sempre em função da bola e aumentando a frequência dos seus apoios quando se aproximava a concretização do remate do adversário, o guardião do EA Guingamp reagiu rapidamente a um remate muito bem colocado, coordenando na perfeição o movimento dos seus pés e o momento da queda. Esticou-se ao máximo e conseguiu uma belíssima defesa.

Samuel Atrous - Reagiu ao erro dos seus companheiros e recolocou-se rapidamente na baliza para a possível situação de remate. O adversário chutou alto e forte, mas o guardião do RC Lens mostrou grandes reflexos e capacidade de impulsão, desviando com uma mão a bola por cima da baliza. Espetáculo de Atrous!

MUITOS TREINOS E ATÉ PARA O ANO!

terça-feira, 19 de maio de 2015

Dica #2 - LEITURA DO ADVERSÁRIO

Conseguir ler o adversário com eficácia implica muita concentração e alguma experiência por parte do guarda-redes. Isto envolve entender a mente e avaliar os movimentos corporais ao detalhe do jogador adversário, tentando antecipar as suas decisões no menor período de tempo possível.

O que tem então que fazer o guarda-redes para obter sucesso neste parâmetro?

Em todos os treinos o guarda-redes deve estar focado neste aspeto, tentando melhorá-lo diariamente. Em treino existem várias situações que se aplicam ao jogo, onde é possível ao guarda-redes incrementar a sua capacidade de leitura do adversário, como por exemplo em situações de 1x1, de cruzamentos, de remates e de bolas nas costas da linha defensiva
Nestas situações, o guarda-redes deve observar o posicionamento dos seus companheiros, dos adversários e da bola para que o processo de leitura do adversário se torne mais acessível. Depois disso, só tem que tentar antecipar a decisão e adivinhar o movimento do adversário, tendo sempre em conta o timing em que realiza a sua ação, de forma a não executar qualquer movimento prematuramente, dando margem de manobra ao adversário.


MUITO TREINO, CONCENTRAÇÃO E VONTADE DE MELHORAR!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Top Defesas Jornada 36 | Ligue 1 2014/2015

A duas jornadas do fim do campeonato francês, os guarda-redes continuam a apresentar-se em grande forma, mostrando que o trabalho realizado ao longo da época continua a trazer grandes benefícios.

Na Jornada 36, Alphonse Areola (SC Bastia), Jonas Lossl, por duas vezes (EA Guingamp), Benjamin Lecomte (FC Lorient) e Kossi Agassa (Stade de Reims) foram os que se apresentaram ao melhor nível.

Aqui fica o vídeo e a habitual análise individual de cada defesa:


Alphonse Areola - O guardião do Bastia conseguiu uma enorme defesa a um penalti! Foi de encontro ao conteúdo de artigos sobre grandes penalidades no "Redes ao Quadrado", antecipando a sua decisão momentos antes do remate. Voo para o lado certo e defendeu para canto um remate que tinha destino de golo.

Jonas Lossl - EA Guingamp
Jonas Lossl - Trata-se de uma grande defesa de Lossl em situação de livre direto, ainda para mais por se encontrar numa ação contra Zlatan Ibrahimovic. O guarda-redes do Guingamp, estava muito bem posicionado antes do remate. Conseguiu reagir rapidamente ao tiro fortíssimo de Zlatan, acompanhando sempre a trajetória da bola com rápidos deslocamentos laterais. Esticou-se ao máximo e voou para a bola que ainda tinha ressaltado no solo, dificultando ainda mais a sua intervenção.

Benjamin Lecomte - A agilidade e a capacidade de reagir o mais rápido possível ao remate, proporcionou a Lecomte uma grande defesa. A técnica de queda lateral bem apurada finalizou esta ação em grande estilo.

Kossi Agassa - Agassa fechou a baliza como um monstro! O seu posicionamento ao longo de toda a situação de cruzamento, acompanhando sempre a trajetória da bola e fechando os ângulos da melhor maneira, impediram o golo do adversário.

Jonas Lossl - Mais uma vez, o guarda-redes do Guingamp mostrou-se a alto nível. Em situação de cruzamento, o guardião tomou a decisão correta no que diz respeito à saída ou manutenção da posição na baliza. Optou por se manter na baliza e esperar a resposta do adversário e após cabeceamento forte e a curta distância, mostrou excelentes reflexos, desviando a bola com a sua mão direita.

PARA A SEMANA HÁ MAIS MAGIA...

domingo, 10 de maio de 2015

"Dá uma 'pica' enorme ser guarda-redes"

Figura na edição desta semana do Jornal Sporting, o guarda-redes Rui Patrício falou de vários temas, abordando a sua posição enquanto guardião, tanto a nível daquilo que representa na equipa de Alvalade, mas também contou como tudo começou.

"Antigamente, jogava como avançado. Houve um treino em que troquei com um colega, experimentei jogar à baliza e ele à frente. Desde esse treino, surgiu o gosto pela posição e continuei na baliza, enquanto ele passou para a frente de ataque", começou por revelar ao jornal do clube leonino.

Patrício abordou igualmente o treino da sua posição e admitiu sentir-se privilegiado por ter um trabalho diferente dos restantes colegas. "Atiro-me para o chão praticamente todos os dias. É difícil explicar porque é totalmente diferente do treino dos jogadores de campo. Quem é guarda-redes sabe do que falo. É um prazer enorme treinar nesta posição porque os exercícios que fazemos são todos diferentes do que os outros jogadores fazem. Dá uma 'pica' enorme ser guarda-redes, estamos sempre a aprender e fazer coisas novas. É espetacular!", garantiu.

A evolução da sua posição também mereceu um apontamento. "Antes eram dez jogadores mais um agora são onze jogadores. Há guarda-redes que são a primeira fase de construção do jogo das suas equipas, para além de terem de defender, que é a sua principal missão", frisou, admitindo ainda "ser importante ser líder, estar bem entrosado com a equipa, ser bom técnica e taticamente, gostar de trabalhar e aprender".

Fonte: Record online